segunda-feira, 15 de outubro de 2012


RISCOS JURÍDICOS NA INTERNET

A internet não é mais novidade, presenciamos um momento de transição, cuja sociedade se torna cada vez mais conectada e as crianças e adolescentes integram uma geração digital, onde o conhecimento tem valor significativo. Com o progresso é normal que pais e educadores busquem novas formas de integração. O fato é que a tecnologia mudou muita coisa em nossas vidas, mas será que estávamos preparados para isso? Escutamos por diversas vezes chamadinha de nossos pais como: “não fale com estranhos”, “não pegue carona com estranhos” “não aceite bala de estranhos”, mas não escutamos que não devemos pegar carona em comunidades de estranhos” ou não abrir email de estranhos… a verdade é que nossos exemplos devem ser atualizados de acordo com o cenário atual, caso contrário, corremos o risco de não sermos ouvidos.

O ECA considera como criança a pessoa que tenha até 12 anos incompletos e adolescente de 12 a 18 anos. Em princípio, todas as condutas tipificadas no Código Penal como crime para os adultos, é considerado como Ato Infracional para menores de 18 anos. Assim, a criança ao cometer um ato infracional será encaminhada para o Conselho Tutelar que deverá determinar uma das medidas de proteção previstas no art. 101 do ECA que pode ser advertência, encaminhamento para tratamento psiquiátrico, psicológico, programas educacionais, entre outros.

No caso do adolescente, este será encaminhado para a Vara da Infância e da juventude, onde alem da aplicação de medidas de proteção poderá ser aplicado também medidas sócio-educativas, que pode ser prestação de serviços a comunidades, como auxílio em hospitais, palestra em escolas, etc.
Por aqui já foi possível entender que há responsabilidade. Já na esfera civil, os julgados tem decidido como vimos acima, pela responsabilização dos pais, ou responsável. Esta questão é muito importante que seja levada ao conhecimento dos jovens, pelos professores em sala de aula. Temos que trabalhar a prevenção !


A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

A criança brinca por que brincar é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a educação são vitais para o desenvolvimento do potencial infantil. Para se manter equilibrada com o mundo a criança necessita brincar, criar, jogar e inventar. Estas atividades lúdicas tornam-se mais significativas á medida que se desenvolve brincando, construindo, jogando e inventando. Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais eficazes de envolver o aluno nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente na criança, é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca.

“Boa parte das crianças pequenas brasileiras enfrenta um cotidiano bastante adverso que as conduz desde muito cedo a precárias condições de vida e ao trabalho infantil, ao abuso e exploração por parte de adultos. Outras crianças são protegidas de todas as maneiras, recebendo de suas famílias e da sociedade em geral todos os cuidados necessários ao seu desenvolvimento. Essa dualidade revela a contradição e conflito de uma sociedade que não resolveu ainda as grandes desigualdades sociais presentes no cotidiano.” (RCNEI, 1998 p. 21).

A infância é a idade das brincadeiras, destacamos o lúdico como uma das formas mais eficazes de envolver a criança nas atividades, pois através das brincadeiras a criança acaba refletindo e descobrindo o mundo no qual está inserida. Nesta citação o RCNEI aborda a realidade que muitas crianças vivem nos dias de hoje, as dificuldades que elas têm que enfrentar desde cedo, que por essas dificuldades deixam e freqüentar a escola, pois muitas delas precisam trabalhar para ajudar nas despesas de casas e por conta disso acabam sofrendo abuso e sendo exploradas por quem deveria incentivá-las á ir pra escola. Mas também o RCNEI mostra o outro lado da moeda às crianças que protegidas de todas as formas, ou seja, recebendo de sua família os cuidados que necessitam para o seu desenvolvimento. Esse fator mostra a realidade existente na sociedade e só nos mostra que ainda existe uma grande desigualdade social e que as crianças já começam a sofrer desde cedo.

Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam serde grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comunsde ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças. (RCNEI, 1998 p.22).

Conhecer o universo da educação infantil é o grande desafio que muitos educadores comprometidos fazem ou estão tentando fazer durante suas práticas, mais nada é de grande valia do que revelar o mundo das crianças, suas características mesmo com tudo isso elas jamais perderão sua essência e permanecerão únicas tanto em suas individualidades quanto nas suas diferenças. Para uma educação de qualidade é necessário que o professor investigue as tendências para orientar o aluno para que o mesmo tenha êxito em suas disciplinas sejam elas cientificas histórica ou artística. Os educadores devem explorar os conhecimentos de seus educandos para orientá-los nas suas demais disciplinas sejam elas artísticas históricas ou cientificas.

“Uma educação eficaz requer que o educador explore as tendências e os interesses para orientar o educando até o ápice em todas as matériais, sejam elas cientificas, históricas ou artísticas. “Na realidade, os interesses não são senão atitudes a respeito de possíveis experiências; não são conquistas; seu valor reside na força que proporcionam, não no sucesso que representam”. (DEWEY, 2010 p. 17).
O lúdico pode contribuir e influenciar na formação da criança, onde possibilita um crescimento sadio e enriquecendo um espírito de uma prática democrática.

É muito comum ouvirmos dizer que “os jogos não servem para nada e não tem significação alguma dentro das escolas, a não ser na cadeira de educação física”, tal opinião está muito ligada a pressupostos da pedagogia tradicional, que excluía o lúdico de qualquer atividade educativa séria ou formal. (ALMEIDA, 2003 p. 59)

Pode-se notar claramente que há uma restrição do lúdico, ou seja, a falta de conhecimento e compreensão do seu verdadeiro sentido na formação dos educadores, como a citação nos afirma que ainda existem muitos educadores afirmando que o lúdico só tem significado nas aulas de educação física e que na sala de aula essa metodologia não funciona.
 “Se os educadores ensinarem dessa forma, orientando o desenvolvimento do educando de maneira não diretiva, teriam de ser, como reconhecia Dewey, profissionais bem capacitados, perfeitamente conhecedores da disciplina ensinada, formados em Psicologia da criança e capacitados em técnicas destinadas a proporcionar os estímulos necessários á criança para que a disciplina forme parte de sua experiência de crescimento. Como assinalaram dois educadores que trabalhavam com Dewey, um educador dessa índole tem poder de ver o mundo com os olhos de criança e com os de adulto.” (DEWEY, 2010 p.19)

Nesta citação Dewey afirma que um educador que ensina seus alunos como conhecedores da disciplina é um profissional bem capacitado e formado na Psicologia das crianças.O educador que prepara seus alunos e que proporciona estímulo á criança são professores de uma índole invejável e podem ver o mundo com os olhos de uma criança e de um adulto eficaz. 


O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Segundo o dicionário Aurélio, lúdico significa jogos, brinquedos e divertimento, ou seja, a ludicidade envolve jogos, brincadeiras e o divertimento em si, mas o lúdico pode ser utilizado como estratégia no processo de ensino e aprendizagem dando ao aluno o seu momento de se expressar e de conhecer a realidade no qual ele está inserido.
O ser humano em todas as fases da sua vida está sempre descobrindo coisas novas pelo contato com seus semelhantes. Ele para aprender, para descobrir e apropriar-se dos conhecimentos, desde os mais simples ate os mais complexos, e é isso que garante a ele a sobrevivência e a integração na sociedade como ser participativo, crítico e criativo.
A criança por meio do lúdico se expressa, desenvolve-se e tudo isso acontece através das brincadeiras que a criança vai tendo contato desde as mais clássicas até as recentes. Segundo Platão os primeiros anos de vida de uma criança deveriam ser compostos por jogos educativos, praticados por meninas e meninos, para ele a educação propriamente dita deveria si iniciar aos sete anos de idade. Platão investia contra o espírito competitivo que os jogos causavam e, muitas das vezes eram utilizados de maneira incorreta pelo Estado e isso causa sérios danos na formação das crianças.

Embora com diferentes ênfases, todas as teorias do jogo e da brincadeira, desde as clássicas até as mais recentes, apontam para a importância do lúdico como meio privilegiado de expressão e de aprendizagem infantil, reconhecendo não haver nada significativo na estruturação e no desenvolvimento de uma criança que não passe pelo brincar”. (SCHWARTZ, 2004p. 04).

Os jogos servem como recurso de aprendizagem e desenvolvimento das crianças e estão longe de serem rotulados de fonte de diversão, podem ser utilizados como fonte educativa só depende do professor. Alguns educadores não percebem que através da ludicidade os alunos acabam adquirindo valores que muitas das vezes passam despercebidos pelos mesmos. Os jogos utilizados pelos educadores em sala de aula despertam de certa forma o interesse do aluno em querer aprender, e para aqueles educadores que acreditam que os jogos, as brincadeiras lúdicas são apenas fontes de diversão estão equivocados, já que dependendo da sua finalidade os jogos lúdicos acabam propiciando momentos educativos e que podem ser explorados pelos alunos.

“Os jogos são importantes instrumentos de desenvolvimento de crianças e jovens. Longe de servirem apenas como fonte de diversão, o que já seria importante, eles propiciam situações que podem ser exploradas de diversas maneiras educativas”. (DOHME 2003p. 79).

Com o jogo a criança passa a criar certos valores que elas levaram por toda a vida e isso deve ter a ajuda do seu professor que não deve julgá-las, mais ensiná-las a administrar essas emoções adquiridas com os jogos. As atividades lúdicas ensinam de certa forma os alunos a encarar seus medos, e os ensinam a respeitar o outro.

“Se a criança aprende a encarar suas emoções como ambivalentes e integrantes da história de seus relacionamentos pessoais, aceita, por exemplo, que pode sentir medo e, por meio dele, não se expõe a situações de perigo, ao mesmo tempo em que outros medos precisam ser superados, para que possa participar de certas atividades, como jogar, representar, brincar, e aprender sem receio de errar ou de perder”. (SCHWARTZ, 2004 p. 14)

Com o ato de brincar o aluno acaba adquirindo valores que o professor não pode classificar ou julgar, ele pode ajudar seu aluno a entender esses valores adquiridos. “No livre brincar, a criança pode ser acolhida na demonstração de suas emoções, que não devem ser julgadas nem classificadas moralmente como boas ou má”. (SCHWARTZ,2004 p. 14). Muitos educadores acabam julgando seus alunos no ato da brincadeira, acredito que isso jamais deve acontecer, pois é de certa forma um constrangimento para seu aluno perante os seus colegas. Através do lúdico o aluno aprende a errar, e ter medo e encarar suas emoções perante sua realidade e o professor deve propiciar esses momentos onde o aluno descubra e consiga encarar esses momentos, pois de certa forma estará encarando sua realidade.

É por isso que muitos educadores dos dias de hoje se opõem em utilizar a ludicidade como recurso na aprendizagem, pois se envergonham de suas fantasias de crianças. Por causa de uma súbita vergonha muitos educadores não utilizam o lúdico como recurso pedagógico para aprendizagem de seus alunos, pois acreditam que essa metodologia não influencia em nada na aprendizagem dos alunos, que é mera perda de tempo brincar.

“Nessa direção, cabe lembrar o pensamento freudiano, constatando que o adulto se envergonha de suas fantasias de criança e opõe a seriedade ao jogo, fugindo, portanto, do lúdico e do imaginário. Por isso, o adulto não sabe mais brincar e dificilmente conseguirá voltar a brincar”. (SCHWARTZ,2004 p. 05).